Aditivos alimentares: entenda se os aditivos químicos são seguros para a alimentação

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Aditivos alimentares: entenda se os aditivos químicos são seguros para a alimentação

O que são aditivos químicos alimentares?

Abrir um pacote de biscoito e sentir aquele cheirinho que sai dele é quase irresistível. Da mesma forma, olhar para as cores de um sorvete desperta o desejo quase que imediato de consumi-lo. Essas – e algumas outras – características dos alimentos industrializados também são obtidas ou reforçadas por meio dos aditivos alimentares, tema que sempre suscita dúvidas no consumidor.

 

Mas afinal, é seguro consumir aditivo alimentar?

O pesquisador científico do ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), Airton Vialta, explica que os aditivos alimentares, conforme definição da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), são substâncias adicionadas aos alimentos sem o propósito de nutrir, mas com o objetivo de modificar ou manter as características físicas, químicas e biológicas ou sensoriais desses produtos.

“Os aditivos alimentares são usados para cumprir diferentes funções, entre elas, garantir a segurança, manter o frescor, agregar sabor, manter boa aparência e conferir textura adequada. Cada aditivo é usado com uma finalidade específica e em quantidade pré-determinada”.

Segundo ele, os aditivos químicos utilizados nos alimentos processados necessitam de aprovação pelas autoridades competentes, depois de comprovada sua segurança para consumo humano. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autoriza a utilização dos aditivos alimentares, dentro de condições e limites estritos considerados seguros.

A professora doutora em Ciências dos Alimentos, Hellen Maluly, explica ainda que todos os aditivos autorizados pela Anvisa passaram por avaliações toxicológicas realizadas pelo JECFA (The Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives – Comitê Conjunto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares).

Este órgão estabelece princípios para adição dessas substâncias em alimentos, que incluem as necessidades tecnológicas e os limites de uso, também chamados de IDA – Ingestão Diária Aceitável. Todos os aditivos utilizados na formulação dos produtos são conhecidos e seus nomes ou códigos são obrigatoriamente declarados nos rótulos.

 

Qual o efeito e a importância dos aditivos alimentares?

 

Outra dúvida frequente dos consumidores refere-se ao efeito cumulativo dos aditivos no organismo. Sobre esta questão, a professora Hellen explica que ao realizar uma avaliação toxicológica, todos os possíveis efeitos são observados, incluindo evidências de acúmulo em diferentes órgãos.

“O Comitê considera que, se há alguma evidência de acúmulo ou respostas inflamatórias na administração prolongada de algum aditivo, mais estudos devem ser realizados para que se estabeleça uma IDA exata. Em outros casos, onde há comprovação de acúmulo ou outras evidências toxicológicas, o aditivo é banido ou enviado para reavaliação.”

Segundo o pesquisador do Ital, os aditivos químicos não alteram o valor nutricional dos alimentos.

Os aditivos não têm o propósito de nutrir ou tornar o produto mais nutritivo, mesmo que o aditivo em questão seja um nutriente, como é o caso do ácido ascórbico (vitamina C), por exemplo. Isso porque a quantidade de ácido ascórbico utilizada é muito pequena para exercer função nutricional, porém adequada para a função pretendida, a de antioxidante“, esclarece.

Aditivos químicos X Aditivos naturais

Nos últimos anos, os consumidores têm intensificado a busca por produtos que utilizam aditivos naturais, buscando uma vida mais saudável.

“Do ponto de vista científico, não é possível afirmar que os aditivos naturais são mais saudáveis ou seguros que os não naturais. Para serem aprovados para uso, todos os aditivos, naturais ou não, têm que demonstrar que são seguros e eficazes e, portanto, passar pelo mesmo crivo da agência reguladora. É bom ressaltar que não há ainda uma definição aceita pelos pesquisadores do que vem a ser o termo natural”, esclarece o pesquisador do Ital.

A professora Hellen conta que há uma tentativa constante das indústrias e da academia para tentar estabilizar moléculas provenientes naturalmente de alimentos, principalmente os pigmentos, pois, além de agregarem cor, uma característica sensorial, ainda podem ter propriedades funcionais, como os carotenóides (por ex.: β-caroteno – cenoura, abóbora; licopeno – tomate) e flavonóides (antocianinas – uva, berries).

Nesse casos, especificamente, podemos dizer que os aditivos naturais são mais saudáveis, pois evidências científicas já comprovaram seus benefícios. No entanto, independente de ser proveniente de fontes naturais ou artificiais, todas as substâncias devem passar por avaliações toxicológicas para confirmar a segurança para a adição em alimentos”, ressalta.

Permissão de aditivos no Brasil e lá fora

Alguns aditivos alimentares permitidos no Brasil são proibidos em outros países e vice-versa, tornando-se mais um ponto de dúvida para o consumidor. Vialta explica que “isso acontece devido à complexidade e dinâmica da área, pois cada País tem sua agência reguladora e, em alguns casos, a aprovação ou proibição é feita em outras esferas. Ela pode ser fruto de uma lei, por exemplo, e não de uma resolução da agência reguladora“. Ele cita, por exemplo, o caso do corante caramelo que é permitido em alguns estados americanos e proibido em outros.

O importante é o consumidor saber que pode confiar na agência reguladora de seu país, pois caso sejam reunidas evidências científicas sólidas de que um determinado aditivo possa trazer algum prejuízo à saúde do consumidor, o mesmo certamente será proibido“, finaliza.

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