Campanha Tempo de Quê traz orientações sobre frutas, verduras e legumes do mês

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Campanha Tempo de Quê traz orientações sobre frutas, verduras e legumes do mês

Com o apoio do Curso de Ciências dos Alimentos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo, o Alimentação em Foco trará informações sobre as frutas, verduras e legumes mais indicados para o consumo em cada mês do ano, considerando o ciclo natural de amadurecimento dos alimentos. É a campanha Tempo de Quê, desenvolvida pelo curso, com o objetivo de disseminar informações sobre os alimentos frescos da estação. Consumi-los faz bem para a saúde e para o bolso, já que com a maior oferta, os preços tendem a baixar.

Conheça mais sobre os alimentos frescos de maio:

Chuchu

O chuchu (Sechium edule) é uma hortaliça da família das cucurbitáceas e é originária da América Central. Embora catalogada inicialmente em regiões da Costa Rica e Panamá, ainda no século XVIII, já era cultivada pelos astecas no México e no Caribe, na época do descobrimento das Américas. Sempre lembrada pelo sabor suave e o expressivo conteúdo de água (aproximadamente 95 % da composição da hortaliça) o chuchu possui fibras solúveis, que contribuem para facilitar a digestão. Além disso, essa hortaliça é rica em potássio e apresenta muitos outros nutrientes minerais (como cálcio, magnésio e fósforo), além de vitamina C. O chuchu pode ser utilizado para o preparo de saladas, suflês, sopas e em refogados vegetais. Uma curiosidade é que as demais partes do vegetal (folhas, brotos e as raízes) também podem ser consumidas e são ricas em nutrientes minerais e vitaminas hidrossolúveis (vitaminas do complexo B e a vitamina C). A hortaliça tem sido objeto de pesquisas científicas para avaliar os efeitos benéficos da sua ingestão na saúde humana. O seu potencial antioxidante, efeitos anti-hipertensivos e os efeitos antimicrobianos já foram estudados e comprovados.

Cebola

A cebola (Allium cepa) é uma hortaliça bulbosa consumida com grande frequência pela população brasileira principalmente como condimento, sendo geralmente utilizada em refogados, mas também consumida cozida, crua em saladas, ou até mesmo empanadas e fritas. O alimento possui substâncias bioativas, como os flavonoides, e pode ser encontrado sob diversos formatos, tamanhos, cor e pungência. É bastante conhecida por provocar lacrimejamento quando de sua manipulação. Isto é causado pelo rompimento das células durante o corte, trituração ou maceração, provocando a liberação e volatilização de ácidos que estavam contidos no espaço intracelular e, consequente, ardor nos olhos. Uma porção de 100g de cebola crua possui cerca de 40 kcal e aproximadamente 9 g de carboidratos, apresentando teores consideráveis de fósforo (38 mg), potássio (176 mg) e vitamina C (4,7 mg), e a literatura indica que até mesmo temperaturas mais elevadas empregadas durante um certo período de cocção podem promover um aumento na concentração de flavonoides, os quais possuem ação antioxidante.

Couve-flor

A couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis), diferentemente dos outros vegetais, possui coloração branca devido ao recobrimento que suas folhas fazem nas flores no momento em que as mesmas começam a crescer. Este recobrimento impede a exposição das flores à luz solar e, portanto, a produção de clorofila (composto responsável pela cor verde nas plantas). Originária da Ásia, foi introduzida no Brasil pelos italianos no século XIX. A couve-flor possui alto valor nutritivo contendo vitaminas A, B1, B2, B5, C, cálcio, ferro e fósforo. Além disso, a espécie apresenta algumas propriedades funcionais, como: favorecimento à redução da acidez do estômago, auxílio na manutenção da estrutura óssea e propriedades antioxidantes.

Gengibre

O gengibre (Zingiber officinale), originário e bastante difundido em países do continente asiático, é comumente utilizado como especiaria no preparo de alimentos e consumido principalmente sob a forma de chás e balas. Possui diversas substâncias bioativas, dentre elas o gingerol, responsável pela pungência característica deste rizoma. Estudos apontam que o óleo do gengibre apresenta potencial benefício à saúde por possuir propriedades antioxidantes e que possibilitam considerá-lo um agente terapêutico contra condições inflamatórias agudas e crônicas. O gengibre ainda possui um óleo essencial, extraído em condições laboratoriais específicas, com ação antioxidante, antimicrobiana, antiviral e antifúngica.

Mandioca

A mandioca (Manihot esculenta Crantz.) é uma raiz também conhecida como macaxeira ou aipim. Pode ser consumida sob a forma cozida, frita, assada ou integrando outras preparações culinárias tipicamente brasileiras, como o beiju, a tapioca e o tucupi. Originária da região centro-oeste do Brasil, a mandioca constitui um dos principais alimentos energéticos da dieta do brasileiro, devido à sua composição rica em carboidratos. Sua facilidade de cultivo em pequenas áreas sem exigência de tecnologia avançada para a produção foi um dos principais motivos para a mandioca ter se desenvolvido no País. Atualmente, é cultivada em toda a extensão territorial, representando importante fonte de renda para a agricultura familiar.

Maracujá

Também conhecido em outros países como “fruto da paixão” – alusão do formato da flor com a coroa utilizada na Paixão de Cristo -, o maracujá (Passiflora edulis) é um fruto muito consumido pelos brasileiros, seja como sucos, sobremesas ou em preparações gastronômicas. Fonte de vitamina C, a fruta possui elevada atividade antioxidante, auxiliando no fortalecimento do sistema imunológico e no combate aos radicais livres. A casca do maracujá é rica em pectina, uma fibra solúvel que, segundo diversos estudos, atua na prevenção de doenças gastrointestinais e diabetes, por exemplo.

Rabanete

O rabanete (Raphanus sativus) é uma raiz globular, originário da região mediterrânea, caracterizado pela coloração escarlate-brilhante e polpa branca. Recomenda-se o consumo cru, com a casca, a fim de preservar seus nutrientes, como as fibras alimentares, o potássio, a vitamina C e o beta caroteno. Para quem não gosta de seu sabor natural, outra opção culinária é marinar o rabanete com manteiga e açúcar ou acrescentar suas raízes e folhas no preparo de sopas.

Salsão

O salsão ou aipo (Apium graveolens) é uma hortaliça de origem mediterrânea. Historicamente, o salsão foi cultivado na região mediterrânea como uma planta medicinal e somente a partir do século XVI passou a ser cultivado com a finalidade alimentar. No Brasil o consumo do salsão ainda é baixo, em função da maior parte dos consumidores ainda desconhecerem suas propriedades e a forma de uso. O salsão pode ser usado como alimento ou como condimento para o preparo de saladas, molhos, em recheios de tortas, em cozidos vegetais, para o preparo de caldos e em sopas. Apesar do talo ser a parte mais utilizada, a raiz e as folhas também podem ser consumidas. O salsão possui alto conteúdo de água (aproximadamente 94%), carboidratos e fibras alimentares. Os nutrientes minerais em maior concentração são o potássio, cálcio, fósforo e sódio, além de apresentar vitaminas A e C. As propriedades funcionais do salsão já foram comprovadas por pesquisas científicas, apontando que a ingestão desta hortaliça apresenta efeitos protetores às células e ao estômago, assim como ação antioxidante, hipoglicemiante e hipolipidêmica.

Tempo de Quê? – Edição Maio

Comissão de divulgação do Curso de Ciências dos Alimentos – USP

Material produzido por alunos e por bacharéis em Ciências dos Alimentos: Anna Flávia de Souza Silva, Anna Paula de Souza Silva, Marcelo Belchior Rosendo da Silva e Viviane Deroldo Sabadoti. Com supervisão de Thaís Maria Ferreira de Souza Viera.

Referências:

AL-HOWIRINY, T. et al. Gastric antiulcer, antisecretory and cytoprotective properties of celery (Apium graveolens) in rats. Pharmaceutical biology, v 48, n 7, pp. 786-793, 2010.

BALBACH, A. As hortaliças na medicina doméstica. 26ª ed. Itaquaquecetuba: EDEL, s.d. p. 263.

BERNI, P.R.A. Biodisponibilidade de Beta-caroteno em mandiocas e batatas-doces biofortificadas: estudos dos efeitos de genótipos e processamentos. 110p. Dissertação (mestrado em Ciências, área de concentração: Química na Agricultura e no Ambiente). Centro de Energia Nuclear na Agricultura. Piracicaba, Universidade de São Paulo, 2014. Publicação em versão eletrônica. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64135/tde-15122014-091601/pt-br.php>. Acesso em 13/05/2016

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