Cooperativa desenvolve projeto de criação de peixes no Paraná em parceria com Fundação Cargill

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Cooperativa desenvolve projeto de criação de peixes no Paraná em parceria com Fundação Cargill

Iniciativa fomenta a criação de peixes em tanques-rede, estimula a economia local e valoriza o trabalho de famílias de pescadores na região de Foz do Iguaçu

O Brasil abriga 12% de toda a água doce do mundo, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente. No país, existem 12 regiões hidrográficas, dentre elas a do Paraná, que ocupa 10% do território brasileiro

Nesta região, que abrange as unidades hidrográficas de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Distrito Federal, o recurso hídrico é importante não só para o consumo humano, mas também para atividades industriais, de pesca e de agricultura, e para a geração de energia elétrica através das hidrelétricas, pois é a área de maior desenvolvimento econômico do Brasil

Dentro deste contexto, está a atividade da piscicultura, que coloca o estado do Paraná como o maior produtor de peixes do Brasil, segundo dados mais recentes da Associação Brasileira de Piscicultura

De acordo com a Embrapa, por conta da sobrepesca, uma das maneiras de garantir a atividade durante o ano todo é a criação de peixes em tanques-rede. 

Este sistema permite que o cultivo do peixe seja possível em áreas alagadas como hidrelétricas, açudes, rios e outras pequenas represas de usos diversos; isso porque a criação ocorre dentro de estruturas flutuantes constituídas de redes ou telas – por isso o nome “tanques-rede” –, que podem ter vários tamanhos e que permitem a livre circulação da água. 

Esse modelo possibilita o desenvolvimento dos peixes dentro de uma área demarcada, protegendo-os de predadores; facilita o manejo diário dos profissionais, que oferecem alimento e água de boa qualidade; permite o cultivo em áreas onde a produção pesqueira é pequena; pode ser deslocado facilmente, caso haja necessidade; e utiliza a água já existente em determinada região.

COAFASO E A CRIAÇÃO DE PEIXES EM TANQUES-REDE

A Cooperativa da Agricultura Familiar e Solidária do Oeste do Paraná (COAFASO), atua na região de Foz do Iguaçu através do projeto de fomento à criação de peixes em tanques-rede, com o protagonismo da comunidade local, oferecendo a possibilidade de geração de renda às famílias produtoras. 

Sobre a importância da atividade para região, Estevam Martins, pescador/produtor e membro da equipe gestora do projeto, destaca que “a piscicultura é uma atividade que dialoga com o ambiente em que estamos inseridos, pois estamos em uma região com grande potencial hídrico. Nossa atuação está voltada ao contexto de pescadores e pescadoras, uma classe social que já tem estabelecido um vínculo e pertencimento cultural e econômico com nossas águas. Nesse sentido, a relevância da atividade se dirige a inserção do pescador artesanal na produção de peixe em tanque rede”

A produção é dividida em fases, a primeira é voltada para a transformação do alevino de 1g em juvenil de 40 a 60 g dentro dos tanques-rede berçários. O segundo passo está estruturado para a produção dos juvenis em tanques-rede maiores, onde são engordados até o tamanho de 800g. 

Depois desse período, grande parte da produção é destinada para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que tem como objetivo principal suprir as necessidades nutricionais dos alunos da rede pública de ensino, através da oferta de, no mínimo, uma refeição diária, referente ao período em que estes se encontram na escola; e para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA),  programa federal que visa o incentivo da agricultura familiar, direcionando os produtos adquiridos para pessoas que não têm acesso à alimentação sustentável, entidades de assistência social, equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional e para a rede pública de ensino. Uma outra parcela da produção é vendida no varejo dentro dos bairros em que vivem os pescadores/piscicultores, fechando o ciclo produtivo de maneira economicamente sustentável, que beneficia direta e indiretamente mais de 440 pessoas.

A PARCERIA COM A FUNDAÇÃO CARGILL

Justamente por conta da relevância da iniciativa para a comunidade local, o projeto foi selecionado na 4ª Edição do Edital da Fundação Cargill; a parceria, que começou no início de 2019, já trouxe resultados importantes. 

Segundo Estevam Martins “concluímos o ano com novos 80 tanques construídos e testados por pescadores/piscicultores. Também equipamos e realizamos oficinas de formação e capacitação para uma equipe piloto, que tem como tarefa multiplicar e dar andamento ao projeto. A produção desse grupo alcançou o montante de produção de 49 toneladas de tilápia”. 

A atuação também foi focada no desenvolvimento de oficinas de preparo do pescado para merendeiras, entidades civis organizadas, clube de mães e outras, que recebem o produto através da venda institucional.

Na perspectiva do membro gestor do projeto, essa união de conhecimento e experiência entre as duas instituições – Fundação Cargill, COAFASO – e a população local permite “a estruturação de uma cadeia produtiva voltada ao pequeno produtor, dentro de um modelo familiar, que contempla a realidade da região. O fomento tem impactado famílias e o entorno, gerando assim, mais renda, o fortalecimento econômico local, através uma rede de alimentação saudável e de qualidade”.  

Além disso, a atuação dos voluntários da Fundação Cargill possibilitou a ampliação das perspectivas acerca do projeto e o direcionamento na gestão e organização da cadeia produtiva.

PRÓXIMOS PASSOS

A iniciativa segue com planos para os próximos anos. O objetivo é ampliar as estruturas e melhorar aspectos da produção, como o aprimoramento no abate, para que o pescado possa ser melhor aproveitado. 

Também pretendem focar na qualificação dos pescadores/produtores, envolvendo-os no trajeto de ampliação e fortalecimento da cadeia produtiva, incluindo a gestão e administração como parte fundamental desse processo.

Entendemos que precisamos investir e buscar novas tecnologias que atenda o modelo que buscamos fomentar, e por via de parcerias públicas e privadas queremos ampliar nossa rede de apoio. Almejamos aumentar o número de famílias envolvidas no projeto, de modo que possamos em 2025 estar produzindo mil toneladas por ano”, finaliza Estevam Martins.

Saiba um pouco mais sobre o projeto:

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