Investimento para a saúde e para os negócios

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Investimento para a saúde e para os negócios

Caminhar, pedalar e malhar. Pouco a pouco, as atividades físicas passam a integrar a rotina dos brasileiros, mas a preocupação com a saúde e o bem-estar vai além: o investimento destinado à alimentação saudável vem ganhando espaço no orçamento das famílias. Atento a essa tendência, o mercado destinado aos consumidores que buscam melhorar os hábitos de vida não para de crescer. Ao menos este é o cenário refletido no estudo publicado pela consultoria Euromonitor International, que revela que o mercado saudável movimentou cerca de R$ 80 milhões na economia brasileira só em 2014 – um crescimento de 13,9% em relação a 2013.

A venda de produtos com apelo saudável, como alimentos e bebidas diet, light, sem glúten, sem lactose, naturais e orgânicos, cresceu 82% de 2004 a 2009, chegando a R$ 15 bilhões ao ano. A perspectiva de crescimento para 2014 foi de 40% e a previsão para os próximos cinco anos mostra que a procura por uma alimentação saudável vai continuar em alta: a movimentação financeira esperada gira em torno da marca de R$ 113 milhões.

Segundo Renata Benites Martins, Analista de Pesquisa de Mercado da Euromonitor International, a movimentação deste mercado persiste mesmo nos momentos de economia incerta como o atual. “O lançamento contínuo de produtos voltados para a saúde e nutrição está amplamente relacionado ao fato de que algumas categorias já atingiram a maturidade, como é o caso de biscoitos e bebidas carbonatadas”, explica.

Com a dificuldade em manter o volume de crescimento, a estratégia é a diversificação e diferenciação nas gôndolas. A inclusão de fibras e produtos integrais é uma das soluções encontradas pela indústria para atender à crescente demanda por produtos mais saudáveis.

Pesquisa e tecnologia

Antenada às transformações da sociedade e do mercado, a produção acadêmica na área da Nutrição concentra boa parte das pesquisas na substituição de aditivos químicos por aditivos naturais. Segundo Gláucia Pastore, Doutora em Ciência de Alimentos e Pró-reitora de Pesquisa da Unicamp, de 60% a 70% das pesquisas que chegam ao CNPq têm como foco localizar compostos bioativos para incorporar na produção dos alimentos.

“Estes compostos podem estar presentes, por exemplo, nas frutas e têm impacto direto na preservação da saúde, entre outros benefícios específicos”, diz Glaucia. São exemplos de composto bioativos os polifenóis, lactobacilos, flavonoides, fitosteroides e ácidos graxos. Nos últimos anos, o uso de tais substâncias ganhou destaque na área de laticínios devido às melhoras propiciadas nas funções intestinais.

Na visão da pesquisadora, a discussão não é alimento industrializado versus in natura, mas sim o que é saudável independentemente da procedência. “Se eu tenho uma barra de cereal de ameixa, a pergunta é como eu posso incorporar ao produto a maior parte dos benefícios da fruta”, explica.

Mudança de hábito

Para a Nutricionista Raquel Simone Zarpellon, estamos vivendo um momento de grande avanço, pois é possível optar por produtos de menor quantidade de gordura, de menor impacto no ganho de peso corporal e também maior ingestão de vitaminas e minerais. “Muitas vezes os consumidores não se informam adequadamente sobre quais fatores tornam um alimento mais saudável ou não. Devemos observar principalmente a quantidade de açúcar refinado, gorduras, excesso de sódio e de aditivos químicos”, explica Raquel.

Nos produtos in natura e hortifrutigranjeiros, a dica é estar atento à aparência, à data em que foram colhidos ou embalados, procurar consumir frutas e verduras da estação, além de dar preferência àqueles produzidos próximos do local de compra.

Uma vez iniciado o processo de mudança de hábito, não há volta: “a partir do momento que acostumamos a nos alimentar de forma correta e saudável, dificilmente conseguiremos retornar aos velhos hábitos”, afirma Raquel.

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