Tese de Impacto Social em Alimentação: Mapeamento inédito identifica oportunidades para empreender no setor

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Tese de Impacto Social em Alimentação: Mapeamento inédito identifica oportunidades para empreender no setor

Alimentação e empreendedorismo de impacto social. Um mapeamento inédito, conduzido pela Artemisia e Fundação Cargill, aponta oportunidades para empreender em um setor estruturante, que está estreitamente ligado à melhoria da qualidade de vida e da saúde da população brasileira de menor renda.

O estudo mostra, prioritariamente, dois públicos beneficiados diretamente por negócios de impacto social focados na alimentação: o agricultor familiar de menor renda – cujo impacto acontece na cadeia produtiva; e o consumidor da baixa renda, para o qual a mudança no consumo pode resultar, também, em uma transformação positiva na saúde. Com exemplos que ilustram a vanguarda das oportunidades, a Tese de Impacto Social em Alimentação foi divulgada em São Paulo, nesta segunda-feira, 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação.

 

A análise setorial – que tem por objetivo apresentar oportunidades para o desenvolvimento de negócios de impacto social no setor da alimentação – considera quais são as reais necessidades da população de menor renda no Brasil; os desafios e problemas que enfrentam no que tange à temática; e quais ações podem gerar impacto social e trazer melhorias para essa população, ou seja, para quais oportunidades de negócios os dados apontam. O mapeamento analisou eixos como produção – gestão do campo e viabilização do pequeno produtor; logística; processamento de alimentos; oferta e consumo adequados; e educação nutricional. Nos temas transversais, informação para a formação, desperdício de alimentos e segurança alimentar.

Como resultado, um amplo e consistente panorama de um dos temas críticos para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Os desafios são encontrados em diferentes pontos da cadeia: desde a produção, logística, processamento e oferta até o consumo. O pequeno agricultor familiar e o consumidor de menor renda são os elos mais vulneráveis. A agricultura familiar é responsável por 70% da alimentação dos brasileiros, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2015). Porém, o setor público ainda tem dificuldade em adquirir produtos diretamente desse pequeno produtor, embora a Lei 1.197 determine que 30% dos alimentos comprados pelo governo para a alimentação escolar devem ser adquiridos diretamente de agricultores familiares.

 

Alimentação do brasileiro IBGE

No Brasil, dados do IBGE revelam que, apesar do número de domicílios em situação de insegurança alimentar continuar caindo, ainda existem cerca de 52 milhões de brasileiros sem acesso diário à comida de qualidade e na quantidade satisfatória; em contrapartida, 41 mil toneladas de alimentos são desperdiçadas no país por dia. Com a quantidade de alimentos desperdiçados, seria possível alimentar 25 milhões de brasileiros diariamente, ou seja, 13% da população. Fatores como a falta de acesso a produtos e informações, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares têm impacto direto na saúde da população, resultando em doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e obesidade.

Nesse cenário, Fundação Cargill e Artemisia firmaram uma importante parceria por acreditarem que os negócios de impacto têm alto potencial para melhorar a qualidade de vida das pessoas, sobretudo as de menor renda. Segundo Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, a alimentação é um tema crítico para o desenvolvimento do país. “Consideramos fundamental ampliar nosso olhar sobre o tema e entender as lacunas nas quais os negócios de impacto social podem contribuir para a resolução dos diversos desafios que afetam toda a população, em especial a parcela de menor renda. A equipe da Artemisia compartilha com a Fundação Cargill a visão de que é preciso fomentar ações inovadoras para disseminar conhecimento e práticas de alimentação saudável, acessível e sustentável no Brasil. Podemos afirmar que a construção dessa Tese será uma entrega à sociedade, servindo como ferramenta para desdobramentos múltiplos de um tema relevante para a população brasileira e para toda uma rede de profissionais do setor, incluindo empreendedores, institutos, fundações, incubadoras, outras aceleradoras e fundos de investimento”, afirma a executiva.

“Nesse ano, em uma proposta inédita, fechamos a parceria com a Artemisia por acreditarmos nos negócios de impacto social. Quando se trata do futuro da alimentação, não há uma única solução. Por isso, precisamos abraçar uma diversidade de abordagens mais criativas e abrangentes para a promoção de forma saudável, segura, sustentável e acessível. Esse é o propósito da Fundação Cargill e acreditamos que a Tese trará elementos importantes para impulsioná-la de maneira positiva na sociedade”, destaca Alice Damasceno, gerente da Fundação Cargill.

 

Principais conclusões do mapeamento alimentar

A agricultura familiar no Brasil

Os dados e estudos disponíveis sobre agricultura familiar no Brasil têm mais de 10 anos e têm como base a Lei 11.326/2006; o último Censo Agropecuário também é de 2006. A pesquisa da FAO (2014) aponta que 15% da população brasileira vive na área rural. Ainda que a maioria da população de baixa renda viva em áreas urbanas, a incidência de pobreza na área rural chega a ser duas vezes maior que nas áreas urbanas. As propriedades familiares representam mais de 80% das unidades de produção e respondem a 75% do emprego rural (12 milhões de pessoas, de acordo com a FAO 2014). A realidade da agricultura familiar brasileira é diversa e abrange diferentes tipos de propriedades rurais – das improdutivas a de produtores mecanizados e com conexão relevante com mercados consumidores.

Apesar do avanço do setor agropecuário, um grupo muito pequeno de agricultores foi capaz de acompanhar os processos de modernização tecnológica e produtiva que ocorreram nos últimos quatro anos (Navarro 2010). Devido ao baixo volume de produção, desafios logísticos e dificuldade de acesso ao mercado, muitos pequenos produtores não conseguem se conectar diretamente com mercados para escoar e comercializar sua produção, o que pode reduzir em até quatro vezes a própria renda.

 

De acordo com o IBGE, há concentração de propriedades familiares nas regiões Sul, Nordeste e em parte do Sudeste. No Centro-Oeste e Norte predominam estabelecimentos familiares com mais de 50 hectares; no Sul e Sudeste, de 10 a 50 hectares; no Nordeste de 0,1 a 5 hectares. Em relação ao PIB, a agricultura familiar é mais representativa no Sul e menos no Nordeste – apesar da grande concentração de propriedades, indicando menor produtividade e atividade comercial reduzida nesta região.

Os contextos regionais são muito distintos. Produtores do Sul e Sudeste atuam em condições de infraestrutura e acesso a tecnologias mais favoráveis do que os do Norte e Nordeste. Na região Norte, o extrativismo e a diversidade cultural devem ser levados em conta, além do desafio logístico que pode ser um entrave para a agricultura. No Nordeste, a seca é entrave para o desenvolvimento de culturas, demandando mecanismos de irrigação. No Sul, o hábito da cooperação é marcante, devido à influência da cultura europeia no campo. A agropecuária e pecuária tradicional e exploração de madeira ilegal continuará a expandir sobre as florestas amazônicas – a menos que novas alternativas de produção e uso da terra sejam incentivadas por todos os atores/setores (Forest Trends/2017).

 

A agropecuária é uma atividade de suma importância na economia brasileira, tendo crescimento de 14,9% (IBGE) no segundo trimestre de 2017 em relação ao mesmo período de 2016. De acordo com a FAO, nos últimos 20 anos houve aumento da produtividade, expansão e consolidação da fronteira agrícola. A análise das atividades antes e depois do campo, mostra que a representação do PIB chega a 25%.

Os agricultores familiares representam a maioria dos estabelecimentos agropecuários, embora ocupem apenas um quarto da terra. Apesar de gerar pouca renda para os produtores, a agricultura familiar é muito relevante para o abastecimento do mercado interno. Com predominância de culturas que compõem a base alimentar brasileira, esses estabelecimentos representam 70% do que é consumido no país.

Do total de 4.367.902 estabelecimentos familiares, dois terços ganham menos do que um salário mínimo por mês, ou seja 66,15%. A parcela de 22,49% ganha entre 1 e 10 salários mínimos; e 11,36% mais do que 10 salários mínimos – produtores que utilizam mais as novas tecnologias e são mais preparados do ponto de vista gerencial (IMAFLORA). Nesse contexto, o mapeamento identifica um potencial de os negócios de impacto social na agricultura gerarem mudanças positivas na vida de 22,5 milhões de pessoas nos estabelecimentos-alvo da pesquisa.

 

Cooperativismo

Existem, no Brasil, 1.543 cooperativas que atuam com 993.543 produtores associados – um modelo que, apesar de trazer vantagens econômicas significativas, apresenta desafios para o desenvolvimento rural. Entre as vantagens, destaque para acesso a mercados; ganhos em escala nas atividades de compra de insumos e venda de produção; e valor agregado à produção dos associados. Entre os desafios, o mapeamento identifica a governança e gestão administrativa – que apresenta dificuldades em agregar diferentes visões e interesses dos cooperados; e educação cooperativa para tornar mais acessível a qualificação técnica e capacitação dos produtores (IMAFLORA).

 

Qualificação

A qualificação e assistência técnica prestada ao agricultor familiar é restrita a 9,32% dos estabelecimentos – fato que colabora para a baixa produtividade no setor. A análise mostra que há maior concentração de agricultores por técnicos no Nordeste – o que pode colaborar para a menor produtividade nas propriedades da região; além da baixa qualificação técnica, o pequeno produtor possui menor acesso a insumos, ferramentas e maquinários, tanto no Nordeste quanto no Norte (SENAR e ASBRAER).

 

Conectividade

A conectividade é essencial para permitir a modernização tecnológica e produtiva dos agricultores familiares. Apesar dos desafios estruturais há uma tendência de ampliação do acesso ao uso de tecnologias nas atividades produtivas e nas residências dos produtores e trabalhadores rurais. Em 2010, 30% dos produtores rurais costumavam acessar a internet; em 2017 esse percentual subiu para 42%. Hoje, 96% dos produtores possuem celular, sendo que destes, 61% são smartphones. Dos produtores que possuem acesso à internet, 77% costumam utilizar redes sociais: WhatsApp é acessado por 96% dos produtores que declararam utilizar redes sociais. Há, ainda, a necessidade de funcionalidades off-line para que o produtor consiga utilizar as tecnologias no campo; apenas 33% dos produtores utilizam agricultura de precisão (sistemas que permitem o gerenciamento mais detalhado do sistema agrícola como um todo) em atividades da propriedade (AMBRA e IEG).

 

Acesso ao crédito

Na análise do crédito, o mapeamento mostra que há baixo acesso do agricultor familiar a mecanismos financeiros públicos que poderiam apoiar o processo de aprimoramento produtivo. Hoje, o crédito rural da agricultura familiar é acessado principalmente por aqueles que conseguem oferecer ativos como garantia (colaterais) – dificultando o acesso aos mais pobres. O acesso ao crédito do PRONAF tende a se concentrar nos Estados do Sul, especialmente, entre os agricultores com vínculos contratuais de fornecimento com agroindústrias – na prática, mais aptos a oferecer as garantias exigidas pelo sistema bancário. Apenas 13% do total de crédito alocado foi direcionado ao agricultor familiar das propriedades (FAO).

Entre os desafios, o mapeamento feito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (IPAM) destaca a falta de afinidade entre governo e agricultores na tomada de decisão sobre os produtos escolhidos; a assistência técnica insuficiente e o contrato com o governo que muitas vezes acaba antes da primeira colheita; orientações de técnicos do PRONAF são descoladas da realidade do agricultor – incentivo a cultivos melhores aceitos pelos bancos financiadores em detrimento das afinidades locais; e preferências por produtos de baixo risco de implementação, mercado garantido e alta lucratividade (agropecuária em detrimento de cultivos de frutas perecíveis); não há estratégias de preservação ambiental; faltam incentivos para as inovações tecnológicas; e financiamentos para uma única atividade agropecuária.

 

Mulheres no campo

O mapeamento mostra que é preciso fortalecer a participação feminina no campo, seja por meio da instrumentalização das produtoras, ou por meio da conscientização do importante papel que desempenham nos estabelecimentos de agricultura familiar. A mulher é responsável por 45% da produção de alimentos no Brasil, sendo que 90% dos lucros obtidos, elas optam por reinvestir na educação e no bem-estar da família. Cerca de 31% das propriedades apresentam mulheres diretamente vinculadas ao gerenciamento das propriedades; dessas, 81% entendem a participação feminina como vital ou muito importante (AMBRA e IGE).

A contribuição econômica das mulheres do campo, muitas vezes, está oculta em relações que não necessariamente passam pelo dinheiro: autoconsumo, trocas e doações daquilo que elas produzem. As mulheres são um importante vetor de crescimento e prosperidade nas áreas rurais, sendo as responsáveis pelo investimento em bem-estar e educação na família. Uma projeção mostra que a produtividade da mulher na lavoura aumentaria de 20% a 30% se elas contassem com os mesmos recursos de produção dos homens (FAO).

 

Hábitos e padrões de consumo alimentar

As questões culturais são muito importantes e determinam hábitos de consumo alimentar que vão passando de pais para filhos. O conjunto cultural de hábitos da população de menor renda determina a forma de se alimentar: preferência por uma compra mensal de alimentos, próxima à data de recebimento da renda fixa; costume de estocar muitos alimentos, aproveitando pacotes “tamanho família”; o gosto pela abundância; aversão ao aproveitamento de sobras e preferência à comida sempre fresca; refeições rápidas, com o celular ao lado e alto índice de consumo de cafeína para adequação ao ritmo urbano; dificuldade em entender rótulos e interpretar dados; afastamento da alimentação tradicional e receitas caseiras; influência pelas propagandas e promoções; e o pouco hábito de consumir frutas.

O gosto pela abundância, preferência por comida fresca, preconceito com sobras e características visuais dos alimentos prevalecem sobre o valor nutricional. Uma grande quantidade de comida é descartada em mercados e pontos de venda por estar fora dos padrões de aparência. De acordo com a EMBRAPA, 42% das famílias desperdiçam sobras das refeições. Na prática, consumidores de baixa renda têm pouco conhecimento sobre nutrição devido à baixa escolaridade desse grupo. Em longo prazo, isso afeta as famílias em diferentes esferas – como administração financeira e saúde, por exemplo.

No tocante às principais causas do desperdício de alimentos nas famílias de menor renda, destacam-se comprar mais do que o necessário, ou seja, compra por impulso – sem planejamento e preferência por grandes pacotes e promoções –, além da fidelidade à marcas conhecidas. Preparar mais comida do que o necessário é outro fator determinante, ocasionado pela hospitalidade (sempre ter comida para receber as pessoas); falta de planejamento no preparo das refeições, senso de estabilidade financeira e crença de que “é melhor sobrar que faltar”. Alimentação de animais domésticos (como destinação das sobras); sobras no prato e falta de vontade/habilidade de comer sobras (preferência por comida fresca); e apodrecimento ou inadequação na armazenagem são outros fatores.

De acordo com dados do IBGE, 22% da população no Brasil enfrenta algum estágio de insegurança alimentar (acesso e a disponibilidade de alimentos escassos) – cerca de 14,7 milhões de domicílios brasileiros. Nos domicílios rurais esse índice chega a 35%. Um fator decisivo para esta situação é a dificuldade ao acesso regular e permanente a alimentos. Estabelecimentos localizados em áreas de baixo nível socioeconômico que comercializam alimentos para consumo no domicílio apresentaram pior disponibilidade e variedade de frutas e hortaliças. Por outro lado, pessoas que residem em bairros classificados entre os 25% mais pobres – onde há frutas disponíveis –, apresentaram uma chance mais de 100% maior de consumi-las, quando comparadas às que residiam em áreas igualmente pobres, mas sem frutas disponíveis num raio de até 1,6 km de suas residências (DURAN, AC).

Conforme o aumento de renda há mudanças no padrão de consumo das famílias brasileiras. As despesas com alimentação representam, em média, 16,1% da despesa total familiar – alcançando 27,8% para famílias de menor renda (POF 2018-2019). De acordo com a renda, famílias tendem a alterar a forma de se alimentar. Em famílias com renda de até R$ 830, 17% fazem refeições fora de casa; já nas com renda acima de R$ 10.375, o percentual aumenta para 49,3%, de acordo com o Mapping the Potential of Private Sector Nutrition Solutions in Brazil (2010). Com a crise, o consumidor assume menos riscos e adota maior contenção de gastos – e o impacto na alimentação é nítido. O racionamento do consumo e a redução dos momentos de refeição fora de casa são alguns exemplos.

 

Desperdício e perda de alimentos

Dados da FAO apontam que 28% de todo alimento produzido é desperdiçado; 54% do desperdício de alimentos no mundo ocorre na fase inicial de produção, manipulação pós-colheita e armazenagem; os demais 46% ocorrem nas etapas de processamento, distribuição e consumo.

Em países de renda média alta, o desperdício ocorre, em grande medida, no estágio do consumo, o que significa que os alimentos são descartados mesmo quando adequados para consumo humano. Padrões estéticos e de qualidade levam os distribuidores a rejeitar grandes quantidades de alimentos perfeitamente comestíveis. Já nos países em desenvolvimento, as grandes perdas acontecem pós-colheitas (fase inicial da cadeia alimentar) e são resultado das limitações financeiras e estruturais ao nível das técnicas de colheita e das infraestruturas de transporte e armazenamento – para além das condições climáticas que favorecem o processo de deterioração dos alimentos. O Brasil alia características de países subdesenvolvidos, como a elevada perda pós-colheita e no escoamento da safra (28%), com hábitos de consumo presentes em nações mais ricas, caracterizados por apresentar desperdícios significativos no final da cadeia e no consumo (28%).

A produção mundial de alimentos é largamente superior à demanda, atingindo a marca de 123% da necessidade per capita atual. Em contrapartida, a fome atinge 11% da população mundial – o que corresponde a 815 milhões de pessoas; 37 países estão no mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU); a situação é agravada por desastres naturais, conflitos e crises econômicas.

O Brasil saiu do mapa da fome em 2014, quando atingiu a marca de apenas 3% da população ingerindo menos calorias que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2015, aproximadamente 5 milhões de brasileiros – 2,4% da população – estavam nessa situação. Apesar dos avanços, a situação não é estável; o Brasil corre risco de voltar ao mapa da fome por uma combinação de fatores que envolvem a alta do desemprego, avanço da pobreza, corte de beneficiários de programas como o Bolsa Família e o congelamento dos gastos públicos por até 20 anos – de acordo com o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para Agenda 2030, 2017.

O mapeamento ressalta que ainda persistem altas prevalências de desnutrição crônica em grupos vulneráveis da população – como entre as crianças indígenas (26%); quilombolas (16%); residentes na Região Norte do país (15%); e pessoas pertencentes às famílias beneficiárias dos programas de transferência de renda (15%), afetando principalmente crianças e mulheres que vivem em bolsões de pobreza (IBGE).

Entretanto, maior parte da população brasileira está acima do peso. De acordo com dados do Ministério da Saúde e IBGE, a cada cinco brasileiros, um está obeso e mais da metade da população está acima do peso; e 40% da população acima dos 18 anos sofre com alguma doença crônica não transmissível. Entre as principais causas das doenças crônicas estão os fatores alimentares, excesso de peso e obesidade, entre outros. Na prática, a boa alimentação é sinônimo de vida saudável, prevenção contra o surgimento de doenças crônicas e melhor qualidade de vida.

 

Obesidade infantil

A obesidade infantil no Brasil aumentou 239% nos últimos 20 anos, segundo dados dos Vigilantes do Peso e IBGE. Sabe-se que a alimentação dos pais é determinante para a criação dos hábitos alimentares dos filhos. Um cardápio equilibrado – destaque para frutas, legumes e verduras –, deve ser incentivado em todas as fases da infância. Na prática, a alimentação traz consequências imediatas à saúde da criança: entre um terço e metade das crianças obesas serão adultos obesos. Está estabelecido que o sobrepeso e a obesidade são fatores de risco para doenças não comunicáveis (doenças silenciosas) na idade adulta, como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, entre outras.

Nos Estados Unidos, a expectativa de vida média dos adultos é aproximadamente 77 anos; pelo menos, quatro a nove meses menor do que seria se não houvesse obesidade. Isso significa que a obesidade já está reduzindo a vida média por uma taxa maior do que os acidentes, homicídios e suicídios combinados. Ainda, por causa da obesidade, as crianças de hoje poderiam acabar vivendo de dois a cinco anos menos, um efeito negativo na vida que poderia ser maior que o causado por câncer ou doença cardíaca coronária – de acordo com artigo do The New England Journal of Medicine, 2005.

 

Oportunidades para Empreender

O mapeamento aponta algumas premissas que devem nortear a atuação de empreendedores de impacto social que desejam investir em produtos e serviços focados em alimentação para a população de menor renda. Para desenvolvimento de startups focadas na etapa de produção, por exemplo, há uma demanda por soluções offline, ou seja, no qual o produto ou serviço possa funcionar sem depender exclusivamente de conectividade no campo. Hoje, entre as Agtechs, a maioria das soluções encontradas são destinadas a produtores já conectados a mercados e com acesso a tecnologias; há uma demanda por soluções que levem em conta a realidade do produtor em situação de maior vulnerabilidade. Grandes oportunidades também para iniciativas no Norte e Nordeste, regiões que demandam soluções mais simples e que permitam maior utilização da terra para produzir; desafios de irrigação, por exemplo, são recorrentes na região. Negócios que apresentem sugestões de ações e melhorias práticas para a tomada de decisão do agricultor familiar também podem ser exploradas. Com a baixa escolaridade, atividades como interpretação de gráficos e dados pode ser um desafio para o uso das soluções. Soluções desenvolvidas para a agricultura familiar que contenham elementos que auxiliem a capacitação administrativa ou produtiva do agricultor são outro exemplo de excelente oportunidade, uma vez que esse público é pouco assistido em termos de qualificação.

 

Acesso ao Mercado

Ampliar o acesso a mercados e aumentar a rastreabilidade de produções – possibilitando maior conexão entre demanda e oferta – constitui uma oportunidade para empreender com impacto social no setor. De programas de assinatura para recebimento de alimentos direto do produtor, passando por soluções que permitam que pequenos produtores conheçam melhor as demandas de mercado, chegando a soluções que usam tecnologias como drones para otimizar a logística em áreas remotas como a região amazônica são alguns exemplos tangíveis dessa oportunidade detectada pela Tese de Impacto Social em Alimentação.

A Sumá é um dos exemplos mais promissores. Fundada em 2016 pelo engenheiro agrônomo Alexandre Leripio, pela engenheira ambiental Daiana Paulina da Luz Censi Leripio e pelo administrador de empresas Marco Antônio Harms Dias, o negócio de impacto social oferece uma plataforma de comercialização justa da agricultura familiar. A solução conecta diretamente produtores com compradores de alimentos, tendo por objetivo aumentar as margens do pequeno produtor. Para isso, os empreendedores selecionam os produtores que apresentam produção qualificada, integrando-os a um Marketplace no qual o comprador consegue ter acesso aos produtores e demandar produtos específicos. Além disso, oferecem – via parceiros – a qualificação para produtores não aprovados no processo.

 

A plataforma torna o processo de compra e venda mais transparente e eficiente; conta com funcionalidades para a comercialização, o controle de perdas e conexão do consumo com o que é produzido localmente. Em piloto conduzido com 30 agricultores em 10 Estados, os resultados apresentaram redução de 30% nos custos dos produtos comprados via Sumá em relação ao modelo de mercado tradicional.

A Lei 11947 determina que 30% dos alimentos comprados pelo governo para a alimentação escolar devam ser adquiridos diretamente de agricultores familiares; Menos de 10% do total dessas propriedades recebem assistência técnica regularmente para melhoria de suas produções. A agricultura familiar é responsável por 70% da alimentação dos brasileiros O setor público ainda tem dificuldade em adquirir diretamente do pequeno produtor. A comercialização ainda representa um grande entrave ao desenvolvimento da agricultura familiar. Com a atuação da Sumá pode haver uma mudança sistêmica para o aumento de renda desse pequeno produtor.

 

Produtos e Serviços Financeiros Adequados

Soluções que permitam estimar a produtividade da safra e servir, dessa forma, como comprovante para a solicitação de serviços bancários; e mecanismos para a transação monetária sem necessidade de conexão à internet e deslocamento para centros urbanos são exemplos de produtos e serviços financeiros adequados às reais necessidades dos agricultores familiares. Essas startups podem minimizar os riscos e vulnerabilidade via produtos – crédito, seguro, meios de pagamento – e serviços.

O IOUU se insere nesse contexto. Fundada em 2016 por Bruno Sayão – graduado em Administração de Empresas e Marketing – e pelo cientista da computação Ricardo Gobbo, a empresa de impacto social é um Marketplace de empréstimo peer-to-peer para micro e pequenos empreendedores brasileiros. A empresa atua como um correspondente bancário que aproxima as duas pontas e faz o trabalho de aquisição de clientes e análise de crédito – que é oferecido por investidores cadastrados no site. Via plataforma é possível oferecer um crédito mais barato e com menos burocracia para empreendedores que necessitem de financiamento.

 

Ampliação da Conectividade

Aumentar a conectividade à internet e o acesso a outras tecnologias e meios de comunicação no meio rural para ampliar o acesso à informação e oportunidades. A conectividade no campo, apesar de estar crescendo, ainda é baixa – em especial, quando consideramos estabelecimentos familiares menores.

Em um país no qual 35% da população da baixa renda não possui acesso à internet, potencializando as condições de vulnerabilidade, a Wayfi apresenta uma solução para o acesso gratuito para comunidades – lógica que serve, também, para agricultores familiares de menor renda. Fundada em 2015 por Luiz Fernando Friedheim, Diego De La Vega, Nelson Gimenez Corrêa e Raphael Carvalho, a empresa produz, instala e realiza a manutenção de roteadores de internet, disponibilizando a rede ociosa de servidores empresariais. Na prática, oferece namerights (propriedade do nome que intitula o portal) para grandes empresas e espaços para anúncios publicitários para negócios locais.

A Wayfi cria um portal aberto automaticamente quando um dispositivo se conecta à rede – que permite a comunicação direta das empresas com a população local, em um sistema no qual a comunidade pode gerar e consumir conteúdo. O acesso da população na plataforma gera dados de navegação sobre o comportamento da baixa renda, informações que são difíceis de coletar via metodologias convencionais.

A empresa está em operação em cinco comunidades do Rio de Janeiro – por enquanto, ainda no meio urbano – e atua com a distribuição da ampla capacidade ociosa das empresas de banda larga, oferecendo às comunidades de baixa renda internet gratuita. Com isso, reduz as condições de vulnerabilidade da população de baixa renda, que passa a ter informação e possibilidades e, ao mesmo tempo, cria mercados e canais para a publicidade voltada a esse público.

 

Insumos, Ferramentas e Maquinários adequados e de baixo custo

Permitir que agricultores familiares e pequenos produtores possam reduzir os próprios custos e aumentar a eficiência nas diferentes etapas da produção, colheita e seleção, bem como diminuir a incidência de lesões decorrentes do peso e precariedade das ferramentas existentes são exemplos da oportunidade número quatro. Entre os exemplos, destacam-se estruturas para pós-colheita – que reduzam a exposição de hortaliças ao sol, evitando perdas; além de mecanismos e ferramentas para colheita e separação que aumentem a produtividade.

 

Apoio e capacitação para melhor gestão e produtividade

Soluções que instrumentalizam ou capacitam agricultores e técnicos para a melhoria da gestão, voltado a aumentar e tornar mais sustentáveis e produtivos os estabelecimentos agrícolas e/ou ganhar qualidade em seus produtos é o foco dessa oportunidade. Além disso, soluções que auxiliam as tomadas de decisão na gestão administrativa, diminuindo o número de estabelecimentos que possuem renda líquida negativa (realidade de mais de 50% deles).

Entre os exemplos, tecnologias inovadoras e de baixo custo que apoiam a gestão do estabelecimento agrícola; capacitação ou assistência direta ao produtor em gestão ou no uso de novas tecnologias para o campo; e capacitação indireta de técnicos do campo ou assessores técnicos no uso de novas tecnologias para ampliar produtividade.

A Agrosmart se enquadra nessa oportunidade. Cofundada por Mariana Vasconcelos, a empresa ajuda o produtor a tomar decisões mais precisas na agricultura e tornar a irrigação mais inteligente. Por meio de sensores espalhados pelo campo e satélites monitoram, em tempo real, mais de 10 variáveis ambientais específicos de seu cultivo e enviam os dados para internet de forma automática. A empresa é tão inovadora que chamou a atenção da Agência Espacial Americana, a NASA. A startup foi uma das selecionadas, dentre outras 500 startups ao redor do mundo, para desenvolver uma pesquisa na agência espacial. A Agrosmart apresentou uma das melhores soluções para resolver a crise hídrica, ao propor a redução do uso de água nas lavouras a partir do seu monitoramento em tempo real.

 

Acesso a frutas, verduras e legumes

Permitir às pessoas que vivem em locais onde não há venda de produtos como frutas, verduras e legumes tenham meios para comprá-los a um valor acessível, podendo assim incorporá-los à rotina alimentar, é a tônica dessa oportunidade. Entre os exemplos, pontos de venda mais próximos dos consumidores; assinatura de produtos saudáveis a baixo custo; e soluções que permitam otimizar as compras logisticamente, diversificando produtos ou possibilitando compras coletivas.

 

Produção alimentar próxima ao consumidor

As hortas urbanas são responsáveis entre 15% e 20% de todo o alimento produzido no mundo, de acordo com WorldWatch Institute (2011). Nas hortas caseiras e produção urbanas temos aproximação do consumidor à produção – pelo plantio para consumo próprio ou para venda – ampliando o acesso da população de baixa renda a alimentos frescos e saudáveis nos centros urbanos e áreas periféricas. A diminuição de custos logísticos e poluição são outros benefícios agregados.

Entre os exemplos de soluções: produção em casa para consumo próprio; produção em organizações para consumo interno; e produção para venda.

 

Acesso a refeições saudáveis

Essa oportunidade se baseia em oferecer uma alternativa de refeição saudável para a população de menor renda – que seja acessível geográfica e financeiramente, evitando assim o consumo de substitutos. Entre os exemplos de soluções, assinaturas de refeições a preços acessíveis; restaurantes de baixo custo; e barraquinhas de refeições rápidas e saudáveis a baixo custo.

Entre os negócios, destaque para Saladorama. Hamilton Henrique da Silva fundou o Saladorama em 2014 com a proposta de democratizar o acesso à alimentação saudável. A ideia surgiu depois de uma experiência própria do empreendedor. Aos 20 anos, Hamilton conseguiu uma bolsa de estudos em um curso de engenharia no Rio de Janeiro, onde conheceu o conceito de negócio de impacto – que o levaria mais tarde a trabalhar em um coworking em Botafogo, que oferecia refeições aos usuários. Foi lá que Silva percebeu a falta de opções de comida saudável na periferia.

O negócio de impacto social fornece alimentos saudáveis a baixo custo via Delivery e restaurantes próprios. Além disso, oferece oficinas de formação para pessoas de comunidades que querem empreender seus próprios restaurantes ou trabalhar nos restaurantes da rede. Hoje, o negócio conta com cinco unidades que operam como Delivery ou restaurante em Florianópolis (SC), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Sorocaba (SP) e São Luís (MA). O fornecimento de alimentos e as formações, oficinas e palestras sobre o tema já alcançaram cerca de 28 mil pessoas.

 

Armazenamento de Alimentos

Promover o armazenamento correto dos alimentos para venda e consumo, diminuindo as perdas e o desperdício é a temática dessa oportunidade. Dessa forma, garante a destinação antes do vencimento e a aumenta a durabilidade do alimento. São exemplos de soluções: embalagens mais apropriadas; gestão de estoques; e infraestrutura de refrigeração.

Dentro desse contexto, Silo Verde se destaca. Fundada em 2015 pelo tecnólogo em equipamentos petroquímicos, Manolo Machado e por Maurício Bruno, graduado em Marketing, o negócio de impacto social oferece uma solução sustentável para o armazenamento de rações ou grãos com redução do desperdício e aumento na rentabilidade do pequeno produtor rural. A empresa apresenta inovação tanto no produto, quanto no modelo de negócio. Os empreendedores desenvolveram um silo construído a partir de matérias-primas poliméricas recicladas e de alta resistência, oriundas de garrafas PET, com montagem extremamente rápida e a um custo menor se comparado com os produtos do mercado. Em relação ao modelo, oferece locais para armazenamento de grãos e rações para pequenos produtores, viabilizados pelas indústrias. Nessa proposta, não gerar custos aos pequenos produtores, aumentando seu potencial de renda.

 

Entre as vantagens do produto, paredes interiores lisas – que não geram resistência ou acúmulo de produtos; sistema modular de placas (desmontadas, são de fácil transporte e de baixo custo); condutividade térmica inferior que protege o produto; possibilidade de comercializar o produto nos momentos de melhor oferta e preços; e melhor proteção ao ataque de pragas.

No Brasil, os pequenos e médios produtores fazem a venda após a colheita ou utilizam armazéns de terceiros – arcando com os custos em ambos os casos. Quando optam por estruturas rústicas de armazenamento, as perdas pós-colheitas podem atingir 50% da produção. Com a Silo Verde, o produtor tem um apoio adequado para vencer esses desafios.

 

Prevenção e Nutrientes (Saúde)

Incentivar hábitos saudáveis por meio do direcionamento para mudanças de rotina alimentar e suporte para a reeducação nutricional a um preço acessível. Entre os exemplos de soluções: acompanhamento nutricional; cursos presenciais e online; capacitação de profissionais de saúde ; e acesso a profissionais de saúde.

Fundada em 2013 por Gustavo Silva, a Nutrisoft – negócio de impacto social que ilustra essa oportunidade – oferece uma plataforma que potencializa o acesso da população de baixa renda a conteúdos e direcionamentos sobre alimentação saudável, mudança de hábitos e prevenção de doenças crônicas. A solução disponibiliza ferramentas de registro alimentar e controle de hábitos que, com a colaboração de nutricionistas, orienta o usuário a ser mais saudável baseado em suas preferências. Além disso, a plataforma também pode ser utilizada para aumentar a adesão de pacientes de doenças crônicas ao tratamento. O serviço é destinado às pessoas que não têm acesso a nutricionistas (incluindo população das classes C e D, que normalmente não têm acesso a nutricionistas na rede pública); hoje, 60% dos usuários da plataforma são da baixa renda.

 

O negócio tem um grande potencial. No Brasil, 51% da população está acima do peso, sendo que 17% apresentam obesidade. O tratamento de doenças relacionadas à obesidade e ao sobrepeso custa R$ 3,57 bilhões aos cofres públicos – sobretudo as cardiovasculares. A empresa possui mais de 250 mil usuários ativos, sendo 150 mil das classes C e D; mais de 600 nutricionistas já utilizam a plataforma. O grande problema da saúde no Brasil é o modelo de atendimento que não favorece a escala. Do outro lado, temos um perfil epidemiológico de doenças crônicas, que necessitam de longos tratamentos, onerando tanto o poder público, quanto redes privadas. Com a Nutrisoft, o empreendedor criou uma plataforma na qual a pessoa aprende sobre o tema maneira interativa e gamificada. É adaptado para cada doença crônica e possui um custo baixo: R$ 15 por mês. No lançamento do piloto, com foco em combate à obesidade, houve dois milhões de downloads do aplicativo.

 

Educação Nutricional

Para as famílias e para as escolas, a educação nutricional se faz necessária para garantir a conscientização de adultos e crianças sobre a importância de se comer bem para uma vida saudável. Entre as ações importantes e urgentes, destacam-se: capacitar pessoas sobre alimentação saudável – com receitas criativas, valorizando o aproveitamento integral de frutas, verduras e legumes; multiplicação desse conhecimento em comunidades e escolas; capacitação de profissionais que preparem ou vendam alimentos em escolas; incentivo aos pais para preparar lanches e professores para ensinar sobre o tema em sala de aula.

São exemplos de soluções: cursos presenciais e online; estímulo ao aproveitamento integral dos alimentos; capacitação de merendeiras; desenvolvimento de hortas em escolas com envolvimento dos alunos; e monitoramento nutricional em cantinas escolares, melhorando a qualidade dos lanches dos alunos.

ARTEMISIA

A Artemisia é uma organização sem fins lucrativos, pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil. A missão da organização é inspirar, capacitar e potencializar talentos e empreendedores para criar uma nova geração de negócios que rompam com os padrões precedentes e (re)signifiquem o verdadeiro papel que os negócios podem ter na construção de um país com iguais oportunidades para todos. Fundada em 2004 pela Potencia Ventures, a Artemisia é signatária do Pacto Global das Nações Unidas; possui atuação nacional e escritório em São Paulo. A Artemisia foi a primeira organização do Brasil a fazer parte da Omidyar Foundation, a mais respeitada organização no setor de investimento de impacto, fundada por Pierre Omidyar, empreendedor do Ebay. Recentemente, a ARTEMISIA também foi anunciada como uma das cinco organizações selecionadas, entre 115 de toda a América Latina, pelo edital da Rockefeller Foundation, Avina, Avina Americas e Omidyar.

 

FUNDAÇÃO CARGILL

Há mais de 40 anos, a Fundação Cargill atua de forma responsável em prol da mobilização e da transformação social do país, levando conhecimento para promover a qualidade de vida para mais de 34 mil pessoas por ano. A organização acredita na importância da disseminação do conhecimento e das práticas para uma alimentação saudável, segura, sustentável e acessível, que vá do campo até a mesa do consumidor. Com essa premissa, a Fundação Cargill apoia e desenvolve projetos sociais nas comunidades onde a empresa está inserida. A Fundação Cargill conta com uma rede formada por funcionários voluntários, organizações não governamentais, institutos e associações para aumentar o nível de consciência sobre questões fundamentais relativas à alimentação saudável e equilibrada.

Sobre a Cargill

A Cargill produz e comercializa internacionalmente produtos e serviços alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais. Em parceria com produtores, clientes, governos e comunidades, e por meio de 150 anos de experiência, ajuda a sociedade a prosperar. Possui 155 mil funcionários em 70 países que estão comprometidos em alimentar o mundo de forma responsável, reduzindo impactos ambientais e melhorando as comunidades onde vivem e trabalham. No Brasil desde 1965, é uma das maiores indústrias de alimentos do País. Com sede em São Paulo (SP), a empresa está presente em 17 Estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em 191 municípios e mais de 10 mil funcionários. Para mais informações, visite cargill.com e a central de notícias.

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