Projeto promove educação ambiental e alimentar através de hortas

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Projeto promove educação ambiental e alimentar através de hortas

Comunidades no interior de São Paulo participam de oficinas que propõem a reflexão sobre hábitos alimentares e incentivam o cultivo de hortas, inclusive, em espaços pequenos

A população em meios urbanos vem crescendo nas últimas décadas e a tendência é essa curva aumentar ainda mais nas próximas décadas – dados do World Urbanization Prospects 2018, pesquisa promovida pela ONU. Com essa mudança na configuração territorial, vieram também alterações nas discussões e demandas sociais, como a valorização uma alimentação equilibrada. Neste contexto, o cultivo de hortas aparece como uma alternativa aos cidadãos urbanos. A pesquisa “O Estado do Mundo: Inovações que nutrem o planeta” realizada pela Worldwatch Institute (WWI) demonstra que mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo se dedicam à agricultura urbana e que a produção de alimentos na cidade já é responsável por 20% do mercado mundial. O estudo ainda indica que as hortas urbanas cumprem um papel social dentro das comunidades, escolas e na própria vida do indivíduo, pois oferece segurança alimentar para aquela região, educação ambiental e alimentar e possibilita o desenvolvimento de conhecimentos agrícolas que podem auxiliar os membros a obterem oportunidades de mercado. Dessa forma, a horta é um espaço que vai para além da produção de alimentos: ela atua nos níveis sociais, ambientais, econômicos e alimentares.

Indo ao encontro dessa nova dinâmica, o projeto 1000 Hortas, idealizado pela União dos Escoteiros do Brasil – Regional São Paulo, atua para oferecer uma educação ambiental e alimentar, para crianças, jovens e adultos. Através do estímulo do cultivo de hortas, são desenvolvidas oficinas, cursos e atividades socioeducativas em 39 comunidades das cidades de São Carlos, Itapira, Campinas, Sorocaba, Iperó e Mairinque, no estado de São Paulo. O objetivo do projeto é formar 2.730 multiplicadores de conhecimento.

1000 Hortas e a Fundação Cargill

Este é o primeiro ano da parceria entre a União dos Escoteiros do Brasil – Regional São Paulo e a Fundação Cargill, realizada através do edital anual promovido pela instituição. Sobre a experiência de troca com os voluntários da Fundação Cargill, Arthur Malheiros, coordenador regional do projeto, destaca que “tem sido muito interessante perceber as habilidades e conhecimentos dos nossos voluntários nos temas que estamos abordando. São profissionais capacitados nas áreas da saúde, nutrição, meio ambiente, entre outras, que auxiliam nos conteúdos que produzimos, tanto nos materiais educativos, quanto nas propostas das oficinas” e ainda acrescenta “isso também nos levou a conhecer melhor alguns materiais já existentes de outros projetos da própria Fundação Cargill, que gostaríamos de usar mais”.
Com esse incentivo, foi possível atuar no estímulo da produção e cultivo de hortas, oferecer oficinas sobre o tema, produzir uma webserie com dicas de plantio apresentada por dois lobinhos e preparar materiais educativos.
Para acessar:
Episódios semanais da webserie, clique aqui.
Materiais educativos, clique aqui.

As oficinas são aplicadas por profissionais e/ou voluntários escoteiros (adultos acima de 21 anos). São disponibilizados kits de vasos, terra e sementes para os participantes plantarem e levarem seus vasinhos para casa, reforçando a ideia de que é possível cultivar hortaliças mesmo em espaços pequenos, como apartamentos, de forma que possam ir para o prato da família, compondo um cardápio mais equilibrado. De acordo com Arthur Malheiros, a receptividade dos participantes “é sempre muito positiva, tanto dos adultos, que se sentem apoiados na aplicação e no desenvolvimento da atividade com tudo que é oferecido, quanto das crianças, que aprendem muito rápido e se encantam com a possibilidade de mexer na terra e de ver as hortaliças crescendo depois”. Recentemente, o projeto expandiu a equipe e conseguiu criar uma rede de escoteiros mobilizadores em diversas cidades do estado, que deverão aumentar a frequência das oficinas já no início de 2020.

Sobre a relevância do tema “horta”, especialmente na área urbana, Malheiros coloca que “nem sempre as crianças e jovens são levados a refletir sobre a origem dos alimentos, é como se o tomate nascesse direto da prateleira do mercado. Não é automático nem intuitivo imaginar que ele um dia foi plantado, que houve um ciclo para sua produção, envolveu terra fértil, sol e água, envolveu o trabalho humano, colheita, transporte e distribuição”. Por isso, ela – a horta – tem tanta importância na aplicação do projeto 1000 Hortas, como o próprio coordenador regional enfatiza “são nosso grande gancho para trabalhar a conscientização a respeito da origem dos alimentos, das formas de produção e da alimentação balanceada para que as pessoas realmente adotem novos hábitos. O objetivo foi ensinar crianças, adolescentes, jovens e adultos a começarem uma horta visando uma alimentação mais saudável”.

Próximos passos

Para o futuro, estão previstas ações externas, como a ampliação de comunidades que recebem as oficinas, com o apoio de uma rede de mobilizadores e o acompanhamento dos locais onde já foram realizadas oficinas, para coletar receitas saudáveis com os participantes que já colheram as suas hortaliças. Também estão no cronograma da União dos Escoteiros, ações internas, através de programas institucionais voltados para o tema da alimentação saudável, com a participação de congressos e cursos e a criação de materiais informativos para ficarem expostos nos momentos de alimentação dos cursos para voluntários, a fim de que a ideia seja aprofundada dentro da prática da organização, “o Escotismo, por si só, é um movimento de educação não formal que já tem muita ligação com temas como sustentabilidade e meio ambiente”, finaliza Arthur Malheiros.
 


 
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