Projeto transforma resíduos orgânicos em adubo sustentável

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Projeto transforma resíduos orgânicos em adubo sustentável

Contemplado pelo Edital 2017, iniciativa beneficia 209 famílias de agricultores no sul da Bahia

Um projeto desenvolvido na cidade de Floresta Azul, no sul da Bahia, está transformando resíduos orgânicos em adubo sustentável. Desenvolvido pela Associação dos Pequenos Produtores do Vale do Limoeiro e Adjacências, a iniciativa beneficia 209 famílias de agricultores que vivem do cultivo de frutas como acerola, manga, cupuaçu, banana prata, banana da terra e cacau.

Contemplada pelo Edital 2017 da Fundação Cargill, a Associação construirá um galpão de cerca de 140 metros quadrados para abrigar a usina de produção do adubo, que hoje funciona num espaço protegido apenas por lonas, em condições que não são ideais nem para a produção do adubo nem para as pessoas que trabalham no local. “Vamos melhorar a qualidade de recepção, processamento e armazenagem do nosso adubo, e vamos melhorar as condições de trabalho para a equipe”, enfatiza o diretor comercial da Associação, Sandro Murilo Câncio Gomes. Segundo ele, o apoio da Fundação Cargill vai alavancar o negócio. “É um apoio fundamental para a Associação e para os pequenos agricultores, que são diretamente beneficiados com essa iniciativa”. A previsão de inauguração do galpão é para meados do mês de agosto.

O adubo é produzido aproveitando cinzas geradas no processamento do cacau utilizado na fábrica da Cargill em Ilhéus (BA), e também resíduos orgânicos coletados no refeitório da fábrica, além de resíduos coletados em outros pontos da região, como supermercados e restaurantes. A associação processa esses resíduos, transformando-os em adubo, e distribui às famílias associadas a um custo de R$ 7,00 cada saca de 50 quilos. “Com isso, demos um importante passo rumo à certificação orgânica da nossa produção”, conta Gomes. O selo é um dos grandes objetivos da Associação no médio prazo.

Ao passar a utilizar o adubo sustentável, os produtores também tiveram um grande ganho financeiro, pois antes eles pagavam cerca de R$ 70 por saca de adubo químico. “Eles compravam de três a quatro sacas por semestre e agora precisam de apenas duas, ao custo de R$ 7 reais cada”, conta o engenheiro civil Orlone Reis Souza, funcionário da Cargill, responsável pela inscrição do projeto no Edital 2017 da Fundação Cargill. Após o início do projeto, Orlone passou a ser o contato local para acompanhamento do desenvolvimento do projeto sempre em parceria com a equipe da Fundação.

E os benefícios não terminam aí. A adubação orgânica trouxe mais qualidade no sabor das frutas. “Na acerola, por exemplo, conseguimos reduzir significativamente a acidez. O sabor das nossas frutas melhorou muito com o uso do adubo orgânico”, atesta Sandro Murilo. E a produtividade está aumentando. “O adubo orgânico promove a auto-regeneração da terra. Com isso, o ciclo de amadurecimento das frutas está mais curto e os produtores estão começando a ter excedente para entrar em novos mercados”, conta Orlone.

No início de setembro, por exemplo, os produtores devem iniciar a entrega de polpa de fruta no refeitório da fábrica da Cargill. “Com isso, ganham os produtores, que terão mais um grande cliente, e ganhamos todos nós, funcionários da fábrica, que teremos acesso a frutas orgânicas na nossa alimentação”, diz Orlone.

Orlone destaca ainda que com o projeto “a Associação passa a produzir um adubo de forma automatizada, 100% orgânico e sem gerar impacto ambiental, já que não haverá emissão de efluentes nocivos ao meio ambiente”. O analista de projetos da Fundação Cargill, Cesar Neres, explica que o projeto foi contemplado pelo Edital 2017 porque traz os pilares da alimentação sustentável na sua essência. “É uma iniciativa que transforma o que é resíduo em um produto de maior valor agregado para a produção de pequenos produtores. Tem, portanto, um alto poder de transformação social”, avalia.

Toda a produção de frutas das 209 famílias que compõem a Associação é destinada a 135 escolas municipais da região, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O excedente, que vem crescendo gradativamente com o aumento da produtividade, é transformado em fruta cristalizada e vendido no comércio local e para outros estados, gerando assim mais renda às famílias.

 

 

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